2.12.10

vanessa, de campinas em barão geraldo


 

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eduardo sinkevisque, novo amigo virtual

Desoriente-se, rapaz

para Luiz Claudio Lins

sou o barulho da corda de quando ele toca. não sou o grave, nem o agudo da voz, nem os agudos do som. sou o barulho da corda de quando os dedos dele por ela passam, passeiam passageiros. sou a japa de voz delicada, sussurrada, murmurada, quase não cantada. o aproveitamento do enjoy. a língua abrasileirada, sem taxionomia. de classificação primeira classe de trem para as estrelas. uma cem vezes de centena sem boca, nem beijo, nem nada. refazenda, refavela. a cera da vela numa seção sadomasô. não sou escravo, nem mestre, embora doutor, pós-doutor na dor. tortura em mim não faz orientação. não desorienta, não deposita tese, não argui, nem se defende. tortura em mim a da água pingada no metal. sou o barulho da corda que faz fio, chiu, chiado, que chiou. o pio do pássaro, cujo ninho bóia na clara bóia da enxurrada. caiaque de piada. palavra portuguesa abrasileirada. do braseiro, a sardinha mais Oswald. canibal língua antropofágica. cerimônia de adeus a tudo que desagrada. sou o sopro do sax, a vara do trompete, a surdina melhor encaixada. no ar, vaza. no ar,poppers do desejo vertiginoso do compositor pop. vox pop, sou o barulho da água que agrava. desagravo este arrazoado, como martelo agalopado. este tempo apenas de agrado razoável. sou o barulho da corda. não pesco tudo. pesco, aliás, quase nada; porém, meus dedos no violão dele fazem mágica.

Eduardo Sinkevisque