21.10.10

selma

Selma
Toda separação, das mais litigiosas às mais amigáveis, carrega a dor e a distância que o término de um relacionamento sempre impõe. No meu caso não foi diferente. Depois de uma cumplicidade absurda que atravessou a pós-adolescência, passou pela a vida adulta e seguiu por mais de uma década, meu relacionamento matrimonial acabou provocado pela minha ambiguidade afetiva-sexual que transformava meu amor numa gangorra de perigosa emoções.Ora um marido amoroso e pai presente, ora um fugitivo assustado e um pai de presentes e agrados fáceis. O resultado foi o desgaste e o fim de uma aventura que começou leve e livre e terminou lenta e em luto. Com direito a tristezas e perdas irreparáveis. Por conta disso, foi natural o afastamento progressivo mesmo que admirações de outros universos tentassem manter a proximidade. Nem esses predicados nem os filhos foram capazes de que até mesmo uma amizade resistisse. Hoje a vejo distante e de maneira formal , uma "senhora" já caminhando para uma melhor idade. Eu um tanto louco ainda. Ela mais sensata e responsável. Mas bastam algumas canções, alguns poemas ou a presença em determinados lugares que imediatamente lembro o quanto a admiro, o quanto fomos "vivos", o quanto fui amado e quão valiosa ela é e sempre será.