26.10.10

this is your life

 
Onde está a razão de viver
Onde está a verdade
Você se lembra de suas esperanças
Seus sonhos?
Eles não são mais seus
Ame a sua própria vida agora já!
Não deixe este mundo levar seu coração
Sua paixão se perdeu em milhares de cenas
Entregues para exibição
Isto não é uma história
Não é um livro, esta é sua vida
Isso não é um jogo
ou algum programa de TV
Esta é a vida real
Você sabe que
Isso é seu e é a sua vida
Você age como uma criança
que brinca de viver
o jogo de fingir, a arte do disfarce
Sozinho e perdido em suas mentiras
Esta não é uma história
Este não é um livro, esta é sua vida
Isso não é um jogo
ou algum programa de TV
Esta é a vida real
Você sabe que
Isto é seu e é a sua vida
Isso é real
Não há ensaio
Nem segunda chance
Nem partida queimada
Nenhuma circunstância melhor
Esta não é uma história
Este não é um livro, esta é sua vida
E isso não é um jogo
ou algum programa de TV que você já viu
Esta é a vida real
Você sabe que
Isto é seu e é a sua vida
Isso é real e é a sua vida.

Banderas - This is Your Life
(tradução Luiz Claudio Lins)

andrea picks tenny by ioan films

Casar, mesmo com o que virá pela frente (e virá de uma forma ou de outra) é um momento muito mágico.Quando se está "inside" neste sentimento,tudo parece eterno: a vida, os amigos, o futuro,etc.,etc.
Eu já me casei desta forma convencional uma vez e foi assim. Acho que não vai haver uma 2ª(será?) mas queria muito, que num futuro próximo, homossexuais aqui no Brasil que se amam pudessem selar este compromisso em algum altar. Seja pra vida toda ou por um momento de felicidade mais que merecida e desejada.

beleza em rede

Através da dica do amigo Pedro Couto, que mandou o link do blog Bonito isso que por sua vez viu a matéria no blog da designer Ana Mappe, descobri o trabalho do fotógrafo Timothy Archibald que publicou  um livro, Echolilia , em homenagem e usando como tema seu filho autista. Esse trabalho rendeu um blog do fotógrafo sobre o assunto e muito mais. O resultado dessa verdadeira “corrente do bem” você vê um pouco agora

 

 

25.10.10

corpi urbani

 

Thumbnail via WebSnapr: http://www.associazioneartu.it/

pedro ontem e hoje, 22 anos depois

pedro baby detalhe Pedro 22 

 

 

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão

 

Bola de Meia, Bola de Gude

Milton Nascimento

ioan films



http://ioanfilms.com/site

l'ile de java



http://amankerstudio.blogspot.com/

23.10.10

┼ 8:45 am

 

 

Scha Scha Mi Mi

(que morreu hoje nos braços do Affonso)

 

Scha Scha Mi MI

 

arte by Edu DiLascio

21.10.10

selma

Selma
Toda separação, das mais litigiosas às mais amigáveis, carrega a dor e a distância que o término de um relacionamento sempre impõe. No meu caso não foi diferente. Depois de uma cumplicidade absurda que atravessou a pós-adolescência, passou pela a vida adulta e seguiu por mais de uma década, meu relacionamento matrimonial acabou provocado pela minha ambiguidade afetiva-sexual que transformava meu amor numa gangorra de perigosa emoções.Ora um marido amoroso e pai presente, ora um fugitivo assustado e um pai de presentes e agrados fáceis. O resultado foi o desgaste e o fim de uma aventura que começou leve e livre e terminou lenta e em luto. Com direito a tristezas e perdas irreparáveis. Por conta disso, foi natural o afastamento progressivo mesmo que admirações de outros universos tentassem manter a proximidade. Nem esses predicados nem os filhos foram capazes de que até mesmo uma amizade resistisse. Hoje a vejo distante e de maneira formal , uma "senhora" já caminhando para uma melhor idade. Eu um tanto louco ainda. Ela mais sensata e responsável. Mas bastam algumas canções, alguns poemas ou a presença em determinados lugares que imediatamente lembro o quanto a admiro, o quanto fomos "vivos", o quanto fui amado e quão valiosa ela é e sempre será.

20.10.10

phonique feat. erlend Øye

 


Thumbnail via WebSnapr: http://www.myspace.com/phonique

affonso

Parece que há dias em que o fio se perde
nem mesmo a presença ou a lembrança
daquela memória mais recôndita
a que só nós dois talvez consigamos perscrutar
nos une, nos aproxima ou nos dá sentido.

Em certos momentos, de certa forma
nossos olhares se assustam
pois à frente surge um ser tão desconhecido
que ficamos na dúvida
se juntos habitamos a mesma casa
se usamos a mesma pia
ou se dizemos "Olá" como se fosse alguém familiar
(pelo menos na noite passada).

O mesmo tempo que se alastra silencioso
depois de tanta convivência
e que a tudo observou
dos contatos mais profundos
aos impasses e incômodos
hoje vela separadamente
meu sono que busca a completa mansidão
e o seu de histórias trágicas.

Nem corpos selados
nem mãos que se tocam suaves
nem cheiros
nem o roçar de barbas e cabelos.

Apenas um espaço, nem pequeno nem imenso
nos rodeia, nos constrange e nos resfria
num miasma úmido
que ora nos sufoca e nos maltrata
quando um verão sem litoral nos adoece.

Porém, assim meio ruim
com tantos desajustes
surge algo ínfimo
brevíssimo
quase escapando.

Que sem forças de ser quase nada
sem jeito até de nos sugerir uma risada
ou de refazer algum abraço
não busca qualquer palavra que a isto resuma
mas testemunha:

Que o que já sentimos
assim é e aqui está
que o que somos
nos atravessa e nos apalpa
e o que sabemos um do outro
ainda é nosso.

E é segredo.

Janeiro de 2008

18.10.10

laura na califórnia

 laubike


Ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela
A lua prateada se escondeu
E o sol dourado apareceu
Amanheceu um lindo dia
Cheirando a alegria
Pois eu sonhei
E acordei pensando nela
Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela
A roseira já deu rosas
E a rosa que eu ganhei foi ela
Por ela eu ponho o meu coração
Na frente da razão
E vou dizer
Pra todo mundo
Como gosto dela
Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela
A lua prateada se escondeu
E o sol dourado apareceu
Amanheceu um lindo dia
Cheirando alegria
Pois eu sonhei
E acordei pensando nela
Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela
Minha menina,
Minha menina

 

A Minha Menina

(Jorge Ben Jor)

terceiro amor

O primeiro amor já passou
O segundo amor já passou
Como passam os afluentes
Como passam as correntes
Que desencontram do mar
Como qualquer atitude
Também passa a juventude
Que nem findou de chegar

Como passam as gaivotas
Como passam as derrotas
Ilusões de pedra e cal
Como passam os perigos
E tantos muitos amigos
Sem deixar nenhum sinal

como passam os conselhos
Como passam os espelhos
Fantasias carnavais
Inocências perdidas
Como passam avenidas
Corredores, temporais
A correnteza dos rios
Como passam os navios
E a gente acena do cais
 


Francis Hime

   
Cacaso (1944-1987)



Hugo Dias - solidao - T1 - 96

 

Para o Affonso, que de tão diferente, se parece comigo

 

Quando me abandono, quase sempre, é inesperado e imprevisto. Pode ser ao divisar na multidão aquele olhar que sorri rápido e com medo de ser flagrado. Pode ser num toque furtivo ou ao falar: por favor, até mais, obrigado. Vem assim, sem esperar, esse novo devaneio. Aí, mais uma vez, me perco. E adentro, quase sonâmbulo, no território perigoso do prazer. E lá, sem muito esforço, volto no tempo, releio cartas, relembro. Percebo novamente meu assombro: será que vale a pena se jogar do precipício? Será? Ainda sei voar? E de repente os dias, antes riscos ríspidos no calendário de papel, ficam lindos. Nesse estado e nesse torpor,os passos saem do compasso e quase salto. Volto a ser um acrobata: me agarro em emoções ainda que sabendo que, neste cadafalso, o tempo não é infinito e nem me dará sustento. Mas basta o olhar, o rever e o acaso de reencontrar, que já me dou por satisfeito. Ultrapasso veloz os medos e a voz sai clara. Nem gaguejo ou titubeio. Só penso que se estiver no local certo, na hora certa e com o movimento exato, há muita chance dele estar. Se vamos nos conhecer ou se vou me esconder, quando os carros passarem, só o medo dirá. Confesso que nesse estado absorto, essas preocupações são ínfimas. Encantado que estou, sorte, azar, fome ou dinheiro estão muito aquém do que preciso. No momento, nada me atinge: sou um mito. Alimento-me dessa magia, que para olhos frios, pode sugerir agonia. Mas não. Esse ziguezaguear perambulado por ruas e avenidas é a verdadeira vida. Esse movimento ávido, em busca do imaginado, é o que me dá cura, agasalha e me faz companhia. Se será hoje, ou daqui há alguns pares de dias, que vou ter ou que tudo vai terminar, não dou a mínima. Solitário, guiado pelo desvão, sei que essa chance, esta possibilidade amaina a loucura de estar sempre sóbrio e são. Nessa vida, breves são os momentos que temos um pouco de certeza fora do nada. Uma emoção mais forte ali, um pânico acolá ou um descontrole raro. Na maior parte do tempo estamos lúcidos, dormindo ou chatos. Vou aproveitar mais um surto nefelibata. Mesmo que eu confunda os corpos ou que ele não tenha olhado de fato. Estou desaparecido e nem deixo pistas do meu paradeiro. Por isso posso lançar-me em todas as direções e quem sabe localizar novo endereço. Nem precisa ser um sentimento próprio. Um alugado já alivia tamanho peso. Devo? não sei mas é assim que acontece. Talvez sejam as canções da noite passada. Talvez a madrugada. Só sei que quando amanheço às vezes não recomeço. Estou no fim de mim. As horas tardam. O elevador demora e me atrasa. Ao chegar no térreo meus receios ainda estão no meu andar. Parece que abro a porta e caminho nu pela rua. Percebo pelo pasmo dos contrários. Eles me olham assustados. Continuo sozinho. Um misto de silêncio, de algazarra infantil e de lágrimas me invadem. Por fim, me disperso. E na luz difusa da manhã tenho certeza que o alcanço e ficarei lado a lado.

 

 

Agosto de 2007

foto: Hugo Dias – Solidão

http://www.hugodias.com.pt/

1.10.10

criança

denir pb

Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até desvendar caminhos e ver
Como eu chego em você
Vou
Vou levar
Até descobrir
Onde está
O mapa da mina
Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu tô quase lá...
Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até decifrar segredos e ser
O que eu desejo pra você
Vou
Vou levar
Até conseguir
Alcançar
A sua inocência
Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu vou adorar

 

 marina lima – antonio cícero